Covid-19 e a atenção com a saúde bucal

Desde que começou a vacinação contra Covid-19 no Brasil o número de óbitos diários decorrentes de complicações oriundas do coronavírus reduziu drasticamente. Tanto é que uma série de cidades já estabeleceram protocolos de flexibilização do uso das máscaras de proteção individual.

Ao longo de dois anos de pandemia foram realizados centenas de estudos investigando os efeitos do Sars-Cov2 nos organismos e quais fatores eram responsáveis por tornar uma pessoa paciente de risco.

No segundo semestre de 2021 foi divulgado um estudo, publicado no site da CNN Brasil, que indicava que problemas dentários aumentavam o risco da Covid-19 em pacientes com cardiopatia.

Ao longo deste texto aprofundaremos o tema.

Má saúde bucal favorece o desenvolvimento da Covid-19 na forma grave

Pesquisadores da Universidade do Cairo, no Egito, em um trabalho conjunto com investigadores da Academia Americana de cardiologia chegaram à conclusão de que a má saúde bucal favorece o desenvolvimento da Covid-19 na sua forma grave.

Considerando o grupo de pacientes que participaram da pesquisa, verificou-se que as pessoas que possuíam na corrente sanguínea níveis elevados de proteína C reativa (que indica a presença de inflamação), apresentavam uma saúde bucal precária.

Cavidade bucal: reservatório de vírus e bactérias

A cavidade bucal é um espaço que pode servir de reservatório para inúmeras bactérias e cujo acesso às vias respiratórias é bastante facilitado pela anatomia da região. O que já era verificado em doenças cardiovasculares, entre elas a endocardite bacteriana, foi também percebido nos casos de Covid-19.

“Os tecidos orais podem atuar como reservatórios para o SARS-CoV-2, desenvolvendo uma alta carga viral na cavidade oral”, disse Ahmed Mustafa Basuoni, consultor de cardiologia da Universidade do Cairo e principal autor do estudo, na reportagem publicada pela CNN.

Como manter a saúde bucal em dia e prevenir infecções

Os cuidados básicos com a higiene bucal requerem o uso frequente de fio dental, escovação sempre após as refeições e o uso de enxaguantes bucais, além de visitas regulares ao dentista.

Para os pacientes e ex-pacientes de Covid-19, há algumas particularidades e especificidades extras, especialmente no que se refere aos cuidados com a escova de dentes.

Fique atento:

• Limpe a escova dental com água correntes, atentando para remoção de todo e qualquer resíduo. Ao final não seque as cerdas de sua escova na toalha, pois isso pode contaminá-la novamente;
• Se você fez o teste da Covid-19 e o resultado deu positivo, atenção!, é necessário, além da limpeza rigorosa que descrevemos acima, borrifar álcool 70% ou água oxigenada 0,05% das cerdas, para descontaminação. Se sua escova é guardada próxima de outra pessoa e elas se encostarem pode haver transmissão;
• Lavar as mãos é a maneira mais eficiente de manter a própria saúde e a dos outros. Isso porque como os vírus em geral, e o da Covid-19 em particular, pode ficar em superfícies que ao serem tocadas podem contaminar uma pessoa. Portanto, antes de pegar a escova, lave as mãos minuciosamente;
• Trocar as escovas com maior frequência é uma boa alternativa e um gesto importante para diminuir os riscos de contágio. Quem se contaminou com coronavírus ou mesmo precisou ficar internado algum período no hospital é essencial que a escova utilizada não volte para casa, pois esteve sob exposição a diferentes vírus e bactérias;
• Por fim é fundamental que as pessoas tenham cuidado na hora de guardar suas escovas. Engana-se quem pensa que manter as escovas fechadas é mais higiênico, pois o abafamento favorece a proliferação de bactérias. O ideal é que elas fiquem com as cerdas para cima, ao ar livre, mas o mais longe possível do vaso sanitário, cuja descarga só pode ser acionada com a tampa devidamente fechada.

Acompanhe o site da Uniodonto RS Federação e fique por dentro de dicas para manter sua saúde bucal em dia.